Brasil
Publicada em 22/03/22 às 12:26h - 272 visualizações
Juiz manda Universal devolver R$ 200 mil a fiel que buscava lugar no céu
A Justiça de São Paulo determinou que a Igreja Universal devolva cerca de R$ 200 mil doados por uma fiel que afirma ter sido coagida a fazer a contribuição para obter um lugar no céu.

Via:Uol

 (Foto: imagem da internet)
A professora F.S., de 53 anos, disse à Justiça ter procurado a Universal no ano de 1999, pois enfrentava muitos problemas pessoais e precisava de orientação. Contou que, ao longo dos anos, participou rigorosamente de todas as práticas religiosas, fez as ofertas solicitadas e os sacrificios financeiros por acreditar que, só assim, seria abençoada por Deus.
F.S. disse que, entre dezembro de 2017 e junho de 2018, fez a maiores doações, repassando R$ 204.500 à igreja. A professora, que declarou receber atualmente um salário líquido de R$ 1.500 por mês, afirmou que os valores entregues eram suas economias de 30 anos de trabalho.Ela disse no processo que os lideres religiosos vinculavam a recompensa divina à entrega do dinheiro e que sempre conviveu com um sentimento de culpa de que estava em falta com a igreja.

"F.S. realizou as doações porque tinha convicção de que apenas se sacrificando agradaria a Deus e teria a sua benção", afirmou a defensora pública Yasmin Pestana, representante da professora. De acordo com a sua argumentação, a coação é uma prática que não depende de força física ou ameaça direta, mas pode existir criando se um "temor" na cabeça da vítima.

A Igreja Universal disse na defesa apresentada à Justiça que não é verdade que coagiu a professora.
"A autora [do processo] é maior [de idade]
e, portanto, absolutamente capaz de entender e refletir sobre a consequência dos atos praticados, não podendo agora alegar ter sido vítima de coação psicológica, decorrente do discurso litúrgico dos pastores", afirmou.

A Universal destacou que a professora frequentou a igreja por 18 anos, "sendo profunda conhecedora dos preceitos litúrgicos pregados" pela instituição, e que sempre teve liberdade para escolher outra igreja que melhor lhe atendesse. "Ela sabia das regras de conduta e do ritual propagado."

Afirmou também que o dízimo bíblico, "necessário para o sustento do trabalho religioso", é uma prática que "remonta milênios" e que "não configura violação à lei ou aos costumes". Declarou ainda que a professora se arrependeu
O juiz Carlos Bottcher afirmou na sentença que a professora foi, sim, vitima de coação, "considerando as pressões psicológicas empreendidas pelos membros da organização religiosa para realização das ofertas".

O magistrado disse também que o Código Civil aponta que são nulas as doações da totalidade dos bens de uma pessoa, de modo a afetar a sua subsistência ou que prejudique o direito dos herdeiros.

Ele condenou a igreja a devolver os R$ 204.5 mil, valor que deverá ser acrescido de correção monetária e juros desde as datas em que as doações foram realizadas.

A Universal ainda pode recorrer da decisão.



ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu coment�rio!

Nome
Email
Comentário


Insira os caracteres no campo abaixo:


(88) 9.8176-9738

Hora Certa




Nenhuma programação cadastrada
para esse horário




Bate Papo

Digite seu NOME:


Anunciantes








Promoçoes

Nenhum registro encontrado.



Classificados




Converse conosco pelo Whatsapp!
Quer vender? Anuncie Aqui! Contate-nos (88) 99319-4053
Copyright (c) 2024 - TV Web Camocim - Todos os direitos reservados